sexta-feira, 14 de março de 2008

Taim uma lição de vida e amor

Em 1978, foi sonhada a Estação Ecológica do Taim. Com uma área de 33.815 hectares onde diferentes espécies de animais seriam acolhidas e tratadas com carinho e atenção.
Parte do sonho saiu do papel e em 1986 quando foi criada a estação com 11 mil hectares, menos da metade do esperado, mas segundo o chefe da Estação Ecológica do Taim, Amauri Motta, existe uma discussão para que o sonho de 78 seja consolidado, e assim a reserva passe a ter 33.815 hectares, “A Estação ecológica do Taim foi sonhada em 1978 com 33.815 hectares, em 1986 foi criada com 11mil, hoje estamos em discussão do processo de consolidação da área original”, diz Motta.
Hoje a Estação ecológica do Taim é a mais importante do estado, pertencendo a dois municípios, Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, nela predomina o eco sistema pantanoso, onde diversas espécies de animais vivem.
Pouco mais de um mês atrás, em 28 de fevereiro, Motta e os demais colegas da estação passaram por cinco dias de grande angústia. Um andarilho com problemas mentais foi encontrado junto a um foco de incêndio que tomou proporções maiores, queimando 4.746 hectares de terra na reserva.
O local era de difícil acesso o que dificultou a chegada do socorro, foram precisos aviões para apagar as chamas que se espalharam rapidamente junto à vegetação de banhado que encobre a área. “Quando tu vê a tua paixão queimando assim, é como se estivesse queimando a mim mesmo” emociona-se Motta.
Motta trabalha na área há 13 anos e conta nunca ter visto tal tragédia. A última vez que um incêndio destruiu parte da reserva ecológica foi em 1994, quando as suspeitas também apontavam para incêndio provocado por terceiros e não pela natureza.
Tanto Motta como os colegas de trabalho contaram muito com o apoio de instituições e pessoas, voluntários no combate as chamas. “O fogo trouxe uma grande lição para todo mundo, de como as pessoas e instituições podem ser solidárias”, ressalta. Além disso, o incêndio parece ter servido de aprendizado. “Tu precisa sair do desastre mais inteligente”, diz Motta, que já leu muitos livros sobre este assunto, mas que diz que quando se sente na pele o acontecimento é bem diferente do que nos livros.
Segundo Motta, “fogo em banhado é complicado de se conter, vai salvando parcelas”, mas a área onde 236 espécies de aves, 51 de peixes, 20 de répteis e aproximadamente 20 de mamíferos crescem, já esta começando a se restabelecer. Ele diz que tenta ofertar um espaço onde aja harmonia natural para os animais e comemora, “A flora já esta renascendo forte”, completou emocionado.

Por Shana Dockendorff

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