sexta-feira, 9 de maio de 2008

Seminário discute tendências do novo Jornalismo

Seminário em Porto Alegre traz a tona a real situação do mercado jornalístico

O Núcleo de Webjornalistas do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS realiza o seminário “Tendências do Jornalismo Online”, no dia 10 de maio, das 13h30 às 18h30, no plenarinho da Assembléia Legislativa de Porto Alegre. As vagas para o seminário são limitadas e o investimento é de R$ 10,00 para estudantes e R$ 30,00 para público em geral. Estudantes e jornalistas sindicalizados, em dia com as mensalidades a entrada é gratuita.
A pauta do seminário gerou muito polêmica, e traz a tona a real situação do cenário jornalístico, ou seja, essa convergência de mídias cada vez mais crescente. Hoje, existem cursos de jornalismo on line, que se paga R$40,00 e pode sair fazendo matérias afora. O curso afirma que o interessado aprenderá a ser um Cyber Repórter de sucesso e produzirá sua própria publicação digital. Mas afinal, são jornalistas acomodados e leitores corajosos, ou vice versa?
O jornalista Asdrúbal Figueiró, da BBC Brasil, é enfático em destacar quatro pontos da tendência do jornalismo - a participação do usuário, a personalização, a questão da multimídia e a produção de conteúdo próprio. Segundo Figueiró, no jornalismo online o consumidor não é passivo, e isso já é realidade. “A BBC investe muito na criação de canais para que o usuário produza jornalismo”, diz, lembrando que na cobertura dos maremotos na Indonésia e atentados em Londres a BBC usou material feito pelos seus usuários. Internautas escrevem, também, reportagens, que são publicadas no site da BBC. É preciso, no entanto, ficar atento a esse conteúdo gerado pelos usuários, conforme lembra o autor do livro Webwriting - Redação & Informação para a web, Bruno Rodrigues. Ele considera importante que os internautas insiram conteúdo nas mídias que acessam, mas acredita que parte desse material não tem a qualidade necessária.
Cássio Politi, ombudsman do site Comunique-se, acredita que os repórteres das redações de veículos online são “acomodados” em relação aos que praticam o jornalismo tradicional. “O repórter de internet telefona, troca e-mails e com isso não conquista fontes, não encontra notícias boas”, analisa, explicando que a prática de ir para as ruas atrás de notícias está se perdendo. No entanto, quando um leitor deixa um comentário, ele às vezes está sendo mais corajoso até do que um jornalista que trabalha com internet. Mesmo cometendo erros de português ou sendo agressivo com as palavras, por exemplo, alguns internautas escrevem comentários imensos e expõem o que pensam. Ao publicar um texto, portanto, é preciso estar atento ao fato de que os leitores têm o direito e o espaço para comentar o que leram. Ainda segundo Politi, o jornalista de veículos online precisa resgatar a capacidade jornalística de fazer denúncias com responsabilidade, ir atrás da verdade acreditando que pode descobri-la. Ele explica que, em meio aos vícios e desvios do jornalismo online, os blogs dos jornalistas tradicionais se sobressaem. Essas páginas na web são capazes de unir uma nova tecnologia à maneira antiga de fazer jornalismo.
Por estas razões o seminário em Porto Alegre promete. Os interessados em receberem certificados devem solicitar no momento da inscrição. A ficha de inscrição após devidamente preenchida deve ser enviada para o e-mail jornalistasrs@jornalistas rs.brte.com.br.

Por Viviane Moraes.

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