Em Rio Grande, entre as 63 escolas do Município, atualmente 33 participam do Projeto Escuna, realizado pela Prefeitura. Estas escolas possuem sala de Informática, dando aos alunos a oportunidade de aprender e também conviver com este tipo de tecnologia "bastante necessária nos dias de hoje", conforme ressalta Vera Lúcia, professora e coordenadora do Núcleo de Tecnologia da Secretaria Municipal de Educação e Cultura. No Colégio Marista São Francisco, conversei com jovens na faixa etária de 14 a 17 anos e, como já era de se esperar, mais de 90% deles possuem celulares e outros aparelhos eletrônicos. Todos têm celulares, pois, conforme eles, "é a forma mais prática e rápida de encontrar alguém, onde quer que esteja".
Para Guilherme Faria, 15, Vinicius Bastos, 15, Camille Schnich, 15, Larissa Agostinho, 15, Priscila Halicki, 14, e Francielly Ribeiro, 17, estudantes do segundo ano do Ensino Médio, o uso do aparelho celular é essencial não só para se comunicar, mas também para ouvir música, tirar fotos e outras atividades. "Hoje encontramos em um aparelho tudo o que precisamos", ressalta Larissa. Os jovens dizem ainda que se sentem dependentes do celular, porém nunca experimentaram ficar um bom tempo sem o aparelho e defendem a idéia de que não morreriam se ficassem algum período sem seus preciosos "despertadores" - que em média são substituídos de dois em dois anos.
Salas inteligentes
O São Francisco, além de proporcionar aos alunos a "presença digital", onde na entrada do colégio os alunos passam o código de barras da agenda em uma máquina que já lhes computa a presença na sala de aula, oferece também as "Salas Inteligentes" onde os professores têm a possibilidade da criação de aulas mais dinâmicas, proporcionando maior interação entre aluno e professor. Através da imagem no monitor, os conteúdos eletrônicos são projetados na lousa interativa e, a partir daí, o professor pode interagir com o computador através de uma caneta especial, tornando o processo pedagógico mais atrativo aos alunos. Com a lousa interativa, o quadro negro acaba ficando de lado, pois além do “data show” e a apresentação de slides, os professores ainda podem buscar imagens e curiosidades na internet.
"A aula nas salas inteligentes são muito mais atrativas", admitem os jovens, que nas aulas de Geografia, por exemplo, podem visualizar localidades acessando o Google Earth (programa que pode voar para qualquer local da Terra para ver imagens de satélite, mapas, terrenos, edifícios em 3D e até explorar galáxias). Segundo eles, as aulas dependem muito da dinâmica que o professor utiliza, porém a tecnologia apresentada pelo colégio acaba atraindo bastante a atenção dos alunos.
Tecnologia demais pode viciar?
Diversas pesquisas comprovam que o uso da internet e outras tecnologias viciam e que um dos principais sintomas do distúrbio está na constante preocupação por estar conectado, assim como mentir sobre o tempo que passa navegando na rede e sobre o tipo de conteúdo acessado. Outros sinais fortes do vício, e talvez os mais preocupantes, são o isolamento social e a baixa auto-estima, interferindo profundamente nas relações familiares, sociais e profissionais. Os dependentes em internet costumam entrar em um círculo vicioso, já que a perda de auto-estima cresce na medida em que aumenta o vício, o que, por sua vez, eleva a necessidade de fugir da realidade e se refugiar cada vez mais no mundo virtual.
Por Daiane Roldão
Nenhum comentário:
Postar um comentário